UM BREVE OLHAR SOBRE A EJA
“O público da EJA constitui-se basicamente de pessoas jovens e adultas às quais foi negado o direito à educação na infância, seja pela falta de vagas ou pelas condições sócio-econômicas desfavoráveis a que vivem submetidas. Trata-se de pessoas que de uma forma ou de outra são marcadas pela exclusão. Nesse sentido, a educação de pessoas jovens e adultas não deve ser pensada como um apêndice do ensino fundamental regular para crianças, mas como uma modalidade de educação básica que visa suprir as necessidades de um público cujas especificidades não foram atendidas pelo Ensino Regular, nem pela suplência para as quais a EJA se constitui no resgate de uma dívida social”. (Analise da Silva- Coordenadora do Fórum Mineiro de EJA.
“A proposta pedagógica está pautada pelo dever do Estado de garantir a Educação Básica aos jovens e adultos, considerando as experiências próprias à juventude e à vida adulta. Nesse sentido, o Tempo Formativo foi pensado para efetivamente se adequar à realidade e às necessidades do público a qual se destina. Por isso, toda a prática pedagógica é diferenciada. O que é valorizado não é o conteúdo, mas sim a habilidade para aquele saber. Não há provas, há registros da construção dessas habilidades e competências. Não trabalhamos com séries. Trabalhamos com sete eixos temáticos, áreas de conhecimento e temas geradores. A discussão, a crítica, a oralidade, o domínio da escrita, tudo é trabalhado a partir disso”. (Marlene Souza Silva, coordenadora da Política de EJA da Secretaria Estadual de Educação da Bahia).
Elimária Fernandes (Mara) coordenadora do Eja da Escola Félix Joaquim de Moraes, Camaçari. Mara foi a mentora do relatória da UE, o qual foi construído a partir da reuniões de acs
Secretaria da Escola
Toda esta inquietação gerou muita insatisfação por parte dos professores com relação à carga horária das aulas, como seriam trabalhados os conteúdos, as formas e critérios de avaliação. Os alunos também tiveram muitas dúvidas, ficaram confusos sobre estudar por semestre, não ter “nota” e sim pareceres, não estudar todas as disciplinas o ano inteiro...Diante do exposto, temos a consciência de que não é fácil “desconstruir” culturas, trabalhar com as diversidades e que o “novo” é sempre um desafio... No início mesmo não sabendo muita coisa porque o Projeto está em construção no Município de Camaçari, fizemos uma reunião aberta com o gestor, coordenadora pedagógica, professores, alunos e funcionários para informar a proposta para EJA em 2011. Falamos das vantagens de ter um dia ou dois dias (a depender do eixo) para fazer as atividades em casa ou na escola através do estudo orientado, caso o aluno precisasse fazer uma pesquisa, ou esclarecer dúvidas de algum assunto com o professor.
FORÇAS MAIORES
Tivemos problema com falta d’água na escola, mas mesmo sem ter aulas no turno diurno a escola funcionava no turno noturno com o objetivo de não haver evasão escolar.
PORQUE OS ALUNOS EVADEM NA ESCOLA FÉLIX?
“A evasão escolar segundo o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa é considerado o mesmo que deserção escolar. De acordo com o Centro Regional de Construcciones Escolares para America Latina, Metodologia para El Pleneamiento de las Construcciones Escolares, México, é considerado o fenômeno que expressa o número de educandos de um grau de ensino ou de uma série escolar, que abandonam definitiva ou temporariamente a escola." [1969].
“Segundo Glosed a evasão é definida como aPessoa que se afastou do Sistema de Ensino, por haver abandonado o estabelecimento, do qual era aluno freqüente, sem solicitar transferência. Educandos que por razões financeiras de inadaptação, entre outras, não completaram um determinado período de formação. Já Sérgio G. Duarte caracteriza a evasão como uma expulsão escolar, porque a saída do aluno da escola não é um ato voluntário, mas uma imposição sofrida pelo estudante, em razão de condições adversas e hostis do meio.” (DBE, Assim sendo, evasão escolar é o fenômeno em que um ou mais alunos abandonam a Escola durante o ano letivo, por motivos de desinteresse, falta de estímulo, por se considerarem incapaz de passar de ano, ou por motivos sócio-econômicos.Foi feito um levantamento com os alunos para saber o porquê eles evadem da escola e os motivos citados foram:
-Insegurança (freqüentes assaltos na rua onde a escola está localizada);
-Trabalho (alunos que trabalham em parada no pólo petroquímico de Camaçari);
-Dificuldades de aprendizagem (alunos com muito tempo fora da escola);
-Transporte (alunos que moram distantes no Bairro Santo Antônio o qual a prefeitura tirou o transporte escolar);
-Baixa auto-estima (desemprego, desinteresse, desânimo, fadiga, problemas conjugais, fome, doenças...);
-Atestado de Trabalho (alunos que só se matriculam para levar um comprovante de matrícula exigido pela empresa que trabalha ou que pretende trabalhar);
-Carteira de Estudante (alunos que só se matriculam para ter um documento dando direito a fazer carteira de estudante).
-Alunos de Projetos de ressocialização (são de regime semi-aberto e que só freqüentam a escola até o cumprimento da pena devida).
DEPOIMENTOS
“Problematizo e trabalho os conteúdos relacionados aos eixos temáticos e temas geradores. Minhas aulas são dinâmicas, meus alunos são participativos e interessados”. (Prof.Lídio Jorge - Ciências).OBS: A construção do relatório, colheita de dados, pesquisa e digitação coube a professora Elimária Fernandes, coordenadora da Escola Féliz, que conseguiu reunir todos os professores nos ACs para coordenar, trocar idéias, conseguir materias, amarrar idéias e lutar com vontade pelo projeto. Professora Mara sempre colocou sua fé n EJA e conseguiu contaminar a todos. Ass. professor Walmir.
CONCLUSÃO
Estamos em processo de construção e temos muito trabalho pela frente, o que temos de concreto é que hoje não somos meros expectadores, mas construtores da nova proposta para EJA no município de Camaçari. Temos livros específicos da EJA pra trabalhar, podemos planejar juntos nossas atividades de forma articulada e prazerosa. A preocupação não é somente com uma nota, nem com conteúdos isolados, mas sim com a habilidade para aquele saber, procurando valorizar todas as experiências de vida trazidas pelos sujeitos da EJA (sendo estes trabalhadores, pais e mães de famílias).
Diante da Nova Política publica de EJA implementada pelo município de Camaçari no ano de 2011, levando em consideração que o aluno só não avança no percurso formativo se tiver mais de 70% de faltas nas aulas ministradas pelo professor, tivemos no I Semestre 70 alunos que freqüentaram do início ao término do semestre e o resultado foi:
69 alunos- PROCESSO CONSTRUÍDO
01 aluno-A CONSTRUIR
Estamos muito felizes porque conseguimos vencer os obstáculos, com coragem, determinação e dedicação. Esperamos melhorias nas condições de trabalho (equipamentos funcionando a contento, internet veloz) bem como segurança na escola, através de um policiamento mais ostensivo.
Assim sendo, esperamos obter o mesmo êxito no II Semestre.
(FERNANDO PESSOA)
EQUIPE FÉLIX:
GESTOR-ITAMAR ESTEVES DOS SANTOS
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