Homenagem: Professora Márcia Rego.

Professora Márcia Rego Menezes chegou em 2007 para ser vice-diretora do Colégio Estadual Francisco da conceição Menezes, carinhosamente chamado de FCM, ou Chiquinho. In the beginning, isto é, no começo, havia uma certa apreensão do tipo “como será ela? Vai estruturar só vice de gabinete? Ficará só na sala? Organização e definições do pessoal? Atuará diretamente com o aluno ou delegará para terceiros. E a indisciplina como será tratada?


Questões que habitavam nas mentes discentes, docentes e funcionais. Perguntas que se não bem esclarecidas tornam a ambiência desgastante, perdem-se inteligências e potenciais; o que contribui para tornar o espaço vazio das relações humanas, que se tornam deterioradas, causa desconfianças e levam as pessoas a se tornarem partidárias, divisionárias, setoriais e desprovidas de vontades para o que se propões uma unidade de ensino: o ensinar, aprender, queres, só para ficar na síntese de um todo.


Aos poucos Márcia demonstrou como deve transitar uma vice-diretora na escola, uma pessoa que procura tomar decisões consensuais. Convidava os professores a participar dos problemas e nas tomadas das decisões. Sempre procurou refletir a decisões a luz das sugestões dos docentes. Decisão que agradou a maioria, pois cativou, encantou e arrebatou os habitantes do FCM, cuja ansiedade por prontas e rápidas respostas por conta de um vacum de gestão após as saídas de Hortênsia, aposentadoria, e Ana, mudança de escola.

Em 2008, vem a decisão de acabar com o Colégio Estadual Francisco da Conceição Menezes (vejam movimentos da comunidade), o qual passaria ser ocupado pela UNEB, cujo nome seria mudado para CEMAV, sendo este conseqüentemente despejado de lá (da UNEB). Contra a vontade dela (e todos entenderam a posição de Zenilda e Márcia respectivamente diretora e vice-diretora devem cumprir e informar as decisões da SEC-Ba) a comunidade fez, contudo, uma reunião na secretaria com os repensáveis pela macabra perpetração do aniquilamento de uma unidade de ensino que homenageia um dos pouquíssimo e raríssimo negro, educador e baiano; na mais negra capital do Brasil.

Márcia esteve compartilhando as incertezas, dúvidas, inseguranças e improbabilidades somadas a incredulidade, descrença e ceticismo posto que em 2007/2008 a secretaria dava com liquidada a questão do falecimento do FCM, no entanto a comunidade viu que a formula repetiu em 2008/2009 como uma vontade destruidora jamais vista. Foi preciso convocar a mídia, passeatas e parlamentares para tentar sensibilizar os insensíveis. Imaginem a posição de uma diretora na condução de uma pólvora junto a chamas acesas na esquerda (comunidade) e na direita (equipe da secretaria que queria acabar com o FCM).


E por fim a eleição para gestor escolar, como enfrentar? Como lidar? Será que o fato de ser o fiel da balança ela(s) seria(m) vista(s) como traidora(s) da causa e que teria(m) algum cargo previsto ou outra escola em vista? Agora aqueles pais que se sentiram traídos poderiam dar o troco, não votar na chapa de Zenilda, cuja vice do matutino era Marcia. Contudo, prevaleceu a maioria dos que entenderam que uma coisa é aquela equipe que queria acabar a escola sentados no ar condicionados e a outra seria os gestores cujo papel é o de servidores públicos e que têm o dever de cumprir o que a SEC-Ba determina. Assim, Zenilda e equipe foram eleitas sob o manto do derrogar ou não derrogar o FCM, ou seja, Márcia e Zenilda estiveram sempre lutando em prol dos interesses justos da comunidade escolar.


Somente Márcia e Zenilda podem dizer o que passaram, o que ouviram de desaforos injustos por “nada” fazerem para não acabarem com a minha escola, assim diziam os alunos mais exaltados. E a invasão do gabinete de Zenilda e Márcia por alunos que as trataram injustamente de traidoras por “deixar acontecer isso”, entende-se como atitude juvenil de rebeldia e desespero da imaturidade.

O reconhecimento do trabalho de Márcia como vice-diretora do matutino e coordenadora voluntária no vespertino. Márcia auxiliava num turno que não era seu por saber que a escola estava sem coordenador, sem vice.

E é por isso que foi com um misto de tristeza e alegria quando soubemos que a professora Márcia , nossa vice-diretora estava nos deixando o CFCM. Tristeza porque não iríamos contar com seu coleguismo, força de luta pela para gerenciar a nossa unidade de ensino. Alegria porque consegue, agora, trabalhar numa escola perto de casa. Nesta nova escola ela irá conquistar novas vitórias e contribuir para uma educação democrática.


É assim que entendemos a saída da professora Márcia, colega de todos, que parte parta novos caminhos na lida da vida e do ensino-aprendizagem-gestão, acreditar em novos rumos, ser um inspirador em novos campos, ser um transformador social na busca da qualidade, que é a sua tônica como educador e pessoa. Todos nós, professores, direção, alunos, funcionários e comunidade sentiremos muito falta de suas sábias aulas, de suas inovações e crença em um mundo cada vez melhor. Parabéns professora Márcia!

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