Respeite o idoso. Lembre que um dia você ficará idoso e vai querer ser respeitado.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Homenagem a Zenilda

Ela chegou em 2007, Zenilda Alves de Freitas, para ser diretora do Colégio Estadual Francisco da conceição Menezes, carinhosamente chamado de FCM, ou Chiquinho. Com Zenilda vieram as vices-diretora Marta Cristina Quimarães Oliveira Lima e Márcia Rego Menezes Marques. In the beginning, isto é, no começo, havia uma certa apreensão do tipo “como será ela? Vai estruturar só o patrimônio? Ênfase no pedagógico? Organização e definições do pessoal? Permitirá mais autonomia nos departamentos da EU? E as relações pessoais, inter-pessoais, intra-pessoais como serão?”


Questões que habitavam nas mentes discentes, docentes e funcionais. Perguntas que se não bem esclarecidas tornam a ambiência desgastante, perdem-se inteligências e potenciais; o que contribui para tornar o espaço vazio das relações humanas, que se tornam deterioradas, causa desconfianças e levam as pessoas a se tornarem partidárias, divisionárias, setoriais e desprovidas de vontades para o que se propões uma unidade de ensino: o ensinar, aprender, queres, só para ficar na síntese de um todo.


Aos poucos Zenilda foi demonstrou o seu lado de gestora e procurou cativar, encantar, maravilhar, arrebatarem-se os habitantes do FCM, cuja ansiedade por prontas e rápidas respostas por conta de um vacum de ausência de gestão após as saídas de Hortênsia, aposentadoria, e Ana, mudança de escola. E perante tanta expectativa, elegantemente Zenilda foi tingindo em cores claras e expressivas sua gestão, ao procurar e convidar a todos participarem de “nossa gestão”, como sempre procurou enfatizar de modo que com a ajuda de todos e todas mudanças só vêem com a cooperação da união e auxílio comum.


Em 2008, vem a decisão de acabar com o Colégio Estadual Francisco da Conceição Menezes (vejam movimentos da comunidade), o qual passaria ser ocupado pela UNEB, cujo nome seria mudado para CEMAV, sendo este conseqüentemente despejado de lá (da UNEB). Contra a vontade dela (e todos entenderam a posição de Zenilda como diretora deve cumprir e informar as decisões da SEC-Ba) a comunidade fez uma reunião na secretaria com os repensáveis pela macabra perpetração do aniquilamento de uma unidade de ensino que homenageia um dos pouquíssimo e raríssimo negro, educador e baiano; na mais negra capital do Brasil.


Foi uma batalha na qual ficaram no centro (entenda-se não é o de ficar no muro, mas na ética posição de gestora que precisa conduzir as coisas com equilíbrio) na luta professores, funcionários, alunos, comunidade; no desejo de derrogar o FCM uma equipe da SEC-Ba. Zenilda foi o fiel da balança procurando convencer alunos mais exaltados em atitudes intempestivas como fechar a avenida, promover atitudes que não se deve fazer, enquanto estudante. Noutra ponta mostrar e convencer a secretaria dos prejuízos para identidade negra, da valorização do jovem negro, da construção de referencias positivos do jovem negro da comunidade com a aniquilação de uma história, mas histórias de vidas. Vale ressaltar que numa das reuniões um pai de aluno falou: “... que com cabo eleitorais iguais aqueles da secretaria de educação, o governador Wagner não precisava de oposição, porque o pessoal que ele indicou na secretaria trabalhava contra o governo de Wagner”. Interessante colocação posto que a equipe da secretaria não estava tendo um olhar social-político-cultural para o fato, porém apenas do ponto de vista da tecnicidade burocrática de quem olha de cima, sem nenhum vinculo com aquelas pessoas, o que repete o discurso e o contexto dos governos de outrora, duramente criticados.


É nesse balaio de problemas que estava Zenilda e sua equipe na tentativa de equilibrar a problemática, conseguir uma solução que fosse a resultado da equação das duas variáveis. Imaginem as pressões que deve ter tido por parte dos dois lados; difícil para não dizer abstruso, intricado e complexo. Com elegância obteve a vitória com auxilio e união de toda comunidade de maneira uníssona “conseguimos” manter o FCM, isto em 2008; entretanto em 2009 novamente outra ameaça para detonar com o colégio, logo após as eleições para prefeito.


Incertezas, dúvidas, inseguranças e improbabilidades somadas a incredulidade, descrença e ceticismo posto que em 2007/2008 a secretaria dava com liquidada a questão do falecimento do FCM, no entanto a comunidade viu que a formula repetiu em 2008/2009 como uma vontade destruidora jamais vista. Foi preciso convocar a mídia, passeatas e parlamentares para tentar sensibilizar os insensíveis. Imaginem a posição de uma diretora na condução de uma pólvora junto a chamas acesas na esquerda (comunidade) e na direita (equipe da secretaria que queria acabar com o FCM).


E por fim a eleição para gestor escolar, como enfrentar? Como lidar? Será que o fato de ser o fiel da balança ela(s) seria(m) vista(s) como traidora(s) da causa e que teria(m) algum cargo previsto ou outra escola em vista? Agora aqueles pais que se sentiram traídos poderiam dar o troco, não votar na chapa de Zenilda. Contudo, prevaleceu a maioria dos que entenderam que uma coisa é aquela equipe que queria acabar a escola sentados no ar condicionados e a outra seria os gestores cujo papel é o de servidores públicos e que têm o dever de cumprir o que a SEC-Ba determina. Assim, Zenilda e equipe foram eleitas sob o manto do derrogar ou não derrogar o FCM.


É somente Zenilda pode dizer o que passou, o que ouviu de desaforos por “nada” fazer para não acabarem com a minha escola, assim diziam os alunos mais exaltados. E a invasão de seu gabinete por alunos que a trataram injustamente de traidora por “deixar acontecer isso”, entende-se como atitude juvenil de rebeldia e desespero da imaturidade.


Parabéns Zenilda e equipe por esta vitória sofrida. Muito sofrida e árdua. Espera-se que 2009/2010 não surjam novos “derrogadores” para derrogarem histórias de vidas.

COMO FORAM AS LUTAS:

-DERROGAR O FCM? NÃO!

-APLB-SINDICATO LUTA PELO COLÉGIO ESTADUAL FRANCISCO DA CONCEIÇÃO MENEZES[AQUI]

-MAIS PROTESTOS DOS ALUNOS CONTRA O FECHAMENTO DO COLÉGIO ESTADUAL FRANCISCO DA CONCEIÇÃO MENEZES, [AQUI] Salvador/Ba, por Ana Cristina.

-PROTESTO DOS ALUNOS CONTRA O FECHAMENTO DO COLÉGIO ESTADUAL FRANCISCO DA CONCEIÇÃO MENEZES [AQUI]

-No dia 03/12/2008, os professores Jane Moreira e Walmir conversaram em Brasília[veja as fotos]

- VEJA COMO FOI A 1ª TENTATIVA DE ACABAR COM O COLÉGIO ESTADUAL FRANCISCO DA CONCEIÇÃO MENEZES, SALVADOR, NO FINAL DE 2007/2008 [AQUI]

- QUEREM, MAIS UMA VEZ, MUDAR(o prédio seria ocupado pelos alunos que estão hoje na UNEB) O NOME DO COLÉGIO ESTADUAL FRANCISCO DA CONCEIÇÃO MENEZES. COLÉGIO QUE HOMENAGEIA UM NEGRO ILUSTRE DA BAHIA. UMA AGRESSÃO A COMUNIDADE E PROVA DE PRÉ-CONCEITO EXPLÍCITO DAR-SE-SA, CASO REALMENTE ACONTEÇA. HOUVE UMA SEGUNDA TENTATIVA EM JANEIRO, SAIBA COMO: DETALHES [AQUI]


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